A APLB sindicato sempre dialogou com a categoria e com a sociedade em
geral, pensando nisso é importante entendermos o que vem acontecendo em relação
ao decreto n° 139 publicado no dia 06 de Abril no diário oficial pelo poder executivo
municipal, que dispõe sobre a ampliação de medidas de enfrentamento ao
Covid-19. Este decreto disciplina que os profissionais da educação devem
trabalhar nas barreiras sanitárias do município. Primeiramente, queremos
reconhecer a importância da colaboração de todos em tempos de Covid-19, os
profissionais da saúde são verdadeiros heróis que se colocam na linha de frente
para tratar e cuidar do bem-estar da população, o trabalho deles é de um valor
inestimável por isso tem todo o nosso respeito. Os profissionais da saúde são
pessoas preparadas, treinadas e com formação técnica especializada para lidar
com situações desse tipo, ainda assim vimos casos em todo o mundo de
profissionais de saúde sendo vítimas do Covid-19. Agora imagine pessoas
tecnicamente despreparadas no combate a um inimigo, cuja forma mais eficaz de
evitar a propagação é o isolamento social. Compreendemos que ajudar é preciso
desde que isso seja previamente discutido com o sindicato representante da
categoria, que as pessoas sejam convocadas de forma voluntária e não imposta
através de sanções com atos administrativos que beiram a ilegalidade e a
imoralidade. Temos muitas indagações acerca do decreto, por exemplo, como pode
haver preocupação com a circulação do vírus fazendo tantas barreiras sanitárias
enquanto parte do comércio será aberto? Como ficarão os dias letivos depois
disso? E EPIs (equipamento de proteção individual), tem para todos? Haverá uma
formação antes? Por que até onde vai nosso conhecimento nem um curso básico de
primeiros socorros a prefeitura nunca ofereceu aos profissionais da educação,
como pode querer agora que nós, extrapolemos os limites da nossa função
colocando em risco a nossa segurança e dos que nos cercam?
A APLB distribuiu na
última semana cestas básicas a algumas famílias carentes do município, e estamos
dispostos a ajudar mais, todavia, não em barreiras sanitárias, uma vez que não
temos preparo técnico ou obrigação prevista em lei para isso. Podemos ajudar
sim, com campanhas de sensibilização na comunidade, distribuição da merenda
escolar aos mais carentes, quando a prefeitura criar as condições favoráveis
para tal. Não hesitaremos em fazer contanto que seja dentro da nossa função e formação. Estamos inclusive
dispostos a dar aulas online como sugeriu um certo radialista, que
desconhecendo totalmente a realidade das comunidades mais carentes, sugeriu o
uso avançado de tecnologia em escolas que mal tem infraestrutura de uma sala de
informática. Assim, desde que a prefeitura propicie condições de trabalho aos
profissionais como: Infraestrutura básica de tecnologia, transporte para levar
os professores até as escolas dos distritos, fornecer aos alunos que não
possuem acesso à internet meios de participar, nós apoiamos a ideia
integralmente. Falar do que não se sabe é fácil difícil e se informar para
passar a notícia com imparcialidade, o sindicato é apartidário, já certos meios
de comunicação da cidade não. Salientamos ainda que a educação não é o único
setor que está de quarentena, mas, o incômodo maior é com os profissionais da
educação, uma categoria onde grande parte dos profissionais encontram-se
adoentados sem direito a uma licença, outros tantos esperando aposentadorias;
que condições estas pessoas tem de estar em barreiras sanitárias?
Outro ponto a
questionar é o reajuste do piso salarial, que deveria ocorrer em março
retroativo a janeiro como previsto no plano de cargos e salários do município,
infelizmente não ocorreu. Porém, o sindicato por uma questão de humanidade
devido a pandemia absteve-se de cobrar, aguardando que tempos melhores venham
para lutarmos por esta pauta. No entanto, somos surpreendidos com um decreto de
coação que beira o ultraje. Queremos comunicar a categoria que estamos juntos
na defesa dos nossos direitos e disponíveis para o cumprimento dos nossos
deveres, desde que seja dialogado previamente e oferecida a segurança
necessária. Por agora, permaneça em casa, se cuide e se proteja, estamos agindo
dentro da lei para obtermos o resultado mais favorável a maioria e como sempre
abertos ao diálogo com todos.
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