terça-feira, 7 de abril de 2020

APLB debate decreto que impõe presença dos profissionais da educação em barreiras sanitárias

      A APLB sindicato sempre dialogou com a categoria e com a sociedade em geral, pensando nisso é importante entendermos o que vem acontecendo em relação ao decreto n° 139 publicado no dia 06 de Abril no diário oficial pelo poder executivo municipal, que dispõe sobre a ampliação de medidas de enfrentamento ao Covid-19. Este decreto disciplina que os profissionais da educação devem trabalhar nas barreiras sanitárias do município. Primeiramente, queremos reconhecer a importância da colaboração de todos em tempos de Covid-19, os profissionais da saúde são verdadeiros heróis que se colocam na linha de frente para tratar e cuidar do bem-estar da população, o trabalho deles é de um valor inestimável por isso tem todo o nosso respeito. Os profissionais da saúde são pessoas preparadas, treinadas e com formação técnica especializada para lidar com situações desse tipo, ainda assim vimos casos em todo o mundo de profissionais de saúde sendo vítimas do Covid-19.  Agora imagine pessoas tecnicamente despreparadas no combate a um inimigo, cuja forma mais eficaz de evitar a propagação é o isolamento social. Compreendemos que ajudar é preciso desde que isso seja previamente discutido com o sindicato representante da categoria, que as pessoas sejam convocadas de forma voluntária e não imposta através de sanções com atos administrativos que beiram a ilegalidade e a imoralidade. Temos muitas indagações acerca do decreto, por exemplo, como pode haver preocupação com a circulação do vírus fazendo tantas barreiras sanitárias enquanto parte do comércio será aberto? Como ficarão os dias letivos depois disso? E EPIs (equipamento de proteção individual), tem para todos? Haverá uma formação antes? Por que até onde vai nosso conhecimento nem um curso básico de primeiros socorros a prefeitura nunca ofereceu aos profissionais da educação, como pode querer agora que nós, extrapolemos os limites da nossa função colocando em risco a nossa segurança e dos que nos cercam? 
    A APLB distribuiu na última semana cestas básicas a algumas famílias carentes do município, e estamos dispostos a ajudar mais, todavia, não em barreiras sanitárias, uma vez que não temos preparo técnico ou obrigação prevista em lei para isso. Podemos ajudar sim, com campanhas de sensibilização na comunidade, distribuição da merenda escolar aos mais carentes, quando a prefeitura criar as condições favoráveis para tal. Não hesitaremos em fazer contanto que seja dentro da nossa função e formação. Estamos inclusive dispostos a dar aulas online como sugeriu um certo radialista, que desconhecendo totalmente a realidade das comunidades mais carentes, sugeriu o uso avançado de tecnologia em escolas que mal tem infraestrutura de uma sala de informática. Assim, desde que a prefeitura propicie condições de trabalho aos profissionais como: Infraestrutura básica de tecnologia, transporte para levar os professores até as escolas dos distritos, fornecer aos alunos que não possuem acesso à internet meios de participar, nós apoiamos a ideia integralmente. Falar do que não se sabe é fácil difícil e se informar para passar a notícia com imparcialidade, o sindicato é apartidário, já certos meios de comunicação da cidade não. Salientamos ainda que a educação não é o único setor que está de quarentena, mas, o incômodo maior é com os profissionais da educação, uma categoria onde grande parte dos profissionais encontram-se adoentados sem direito a uma licença, outros tantos esperando aposentadorias; que condições estas pessoas tem de estar em barreiras sanitárias?  
     Outro ponto a questionar é o reajuste do piso salarial, que deveria ocorrer em março retroativo a janeiro como previsto no plano de cargos e salários do município, infelizmente não ocorreu. Porém, o sindicato por uma questão de humanidade devido a pandemia absteve-se de cobrar, aguardando que tempos melhores venham para lutarmos por esta pauta. No entanto, somos surpreendidos com um decreto de coação que beira o ultraje. Queremos comunicar a categoria que estamos juntos na defesa dos nossos direitos e disponíveis para o cumprimento dos nossos deveres, desde que seja dialogado previamente e oferecida a segurança necessária. Por agora, permaneça em casa, se cuide e se proteja, estamos agindo dentro da lei para obtermos o resultado mais favorável a maioria e como sempre abertos ao diálogo com todos.



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